Desembramando pessoas...

Lá pelos meus 7 anos, aprendi com minha Avó a “desembramar” bolos de pedaços de barbante que ela juntava para fazer crochê e depois a emendar com nós quase invisíveis (que ela me ensinou a fazer) os pequenos pedaços que eu ia livrando com meus dedos pequeninos e muita paciência. Muitos novelos se formavam. Depois era a glória vê-la crochetando e tecendo toalhas e cortinas com aqueles fios que eu tinha liberado do embramamento e emendado.

O tempo do barbante desembramado se foi, minha Avó também, mas o aprendizado ficou.

O Trabalho foi me dando um caminho a seguir, às vezes mais fácil, na maioria das vezes nem tanto. A paciência e os nós do crochê me serviram subliminarmente no meu auto desembramamento.

A certa altura percebi que a habilidade de desfazer embramamentos estava sendo aplicada com os colegas de trabalho nas mais variadas situações. Uma luz amarela me acendeu. Opa! Tive um insight...está na hora de mudar? Era preciso decidir que carreira eu queria seguir... ou manter? Vieram as incertezas que uma mudança causa.

Eu tinha um emprego que me provia. Mudar de carreira para “desfazer nós” era muito arriscado. Dilema!! Fiquei entre o que precisava e o que queria fazer por gosto e entusiasmo. Pensei, analisei  e decidi que queria desfazer nós, desembramar... só que desta vez, pessoas, suas dúvidas e dores e não fios.

Fui estudar, pesquisar, treinar, me desenvolver e aperfeiçoar. Procurei ajuda, encontrei professores e colegas magníficos a quem agradecerei sempre.

Hoje ajudo as pessoas a desembramar seus nós. As suas jornadas de aprendizagem, a descoberta de si, suas possibilidades e perspectivas são a minha inspiração e compartilhar com elas o que aprendi na minha jornada até aqui me motiva e entusiasma.

Tenho como propósito ajudá-las a tecer seus caminhos com os próprios recursos e levá-las o mais próximo possível de suas metas e aspirações.

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*Desembramar: não encontrei definição no dicionário. Verbo ou expressão muito usados em minha cidade natal, Conceição dos Ouros, MG: Desembramar:  ‘Desfazer os nós’, ‘liberar o que está preso’