O lado desafiador no processo do autoconhecimento!
- Flávio Campos
- há 11 minutos
- 2 min de leitura

No meu trabalho com desenvolvimento humano e facilitação de processos, tenho acompanhado as pessoas em seus desafios mais profundos e, muitas vezes, silenciosos.
Quando uma pessoa decide buscar algo melhor para si e sair da zona do desconforto, algo se destaca como ponto de virada real: a disposição para olhar para dentro.
É nesse ponto que o autoconhecimento deixa de ser uma ideia abstrata e se torna uma prática transformadora.
Mas é também aí que vem a parte mais difícil: autoconhecimento não é só se encontrar — é também se encarar.

Falar sobre virtudes, potencial e propósito é inspirador. Mas existe um aspecto menos glamouroso, porém essencial: reconhecer o que evitamos ver em nós mesmos.
Um dos assuntos mais espinhosos no campo nesse campo é encarar a própria sombra, aquele lado oculto que preferiríamos deixar bem escondidinho. — É duro reconhecer aspectos nossos que são negados, reprimidos ou considerados inaceitáveis e isso inclui:
• Raiva mal resolvida;
• Inveja ou ciúmes escondidos;
• Medo de fracassar (ou de ter sucesso);
• Necessidades emocionais não assumidas;
• Comportamentos tóxicos que justificamos.
Costumo chamar isso de “parte oculta” — comportamentos repetitivos que sabotam nossos relacionamentos, inseguranças que travam nossas decisões, emoções que preferimos reprimir.
É difícil porque mexe com a imagem que temos (ou queremos ter) de nós mesmos. Mas, paradoxalmente, é nesse mergulho que mora o maior poder transformador.
É desconfortável. Mas também é onde moram os maiores saltos de crescimento.
Carl Jung dizia:
“Aquilo que você nega se submete a você. O que você aceita, transforma.”
O autoconhecimento real exige coragem para atravessar essas zonas cinzentas.
E isso vale tanto para a vida pessoal quanto para o ambiente profissional — onde nossas sombras (ou partes ocultas) costumam se manifestar em atitudes inconscientes, reatividade ou falta de clareza nos limites.
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